quinta-feira, 8 de maio de 2014

Violência Doméstica #1 - Mulheres

Fortaleza, Ceará, 1983.
Uma Biofarmacêutica, chega em casa com sua família (marido e três meninas), coloca as crianças pra dormir, toma um banho e vai se deitar, cansada. Horas depois, acorda com um barulho e algo que incomoda suas costas. Havia tomado dois tiros, percebe. Devido a perda de sangue e a dor, ela desmaia, acordando momentos depois, cercada de vizinhos, que afirmam ter sido um assalto. Seu marido está na sala com uma corda enrolada ao pescoço.
Maria da Penha Maia Fernandes não se enganou. Tendo vivido anos suportando as atrocidades que vivia com o seu conjugue, sabe que ele havia forjado um assalto para poder assassiná-la e não ser incriminado com isso. Mal sabia, que aquele seria o último banho que ela tomaria sustentando-se com suas próprias pernas, pelo resto de sua vida. Maria da Penha, depois de passar meses no hospital, volta pra casa, e seu marido que não havia sido incriminado tenta a matar mais uma vez, ela está no banheiro, quando ele tenta eletrocutar a esposa, sem sucesso.
Dezenove anos depois das duas tentativos de homicídio, seu marido, Marco Antônio Heredia Viveros foi condenado à oito anos de prisão, porém ficou preso apenas dois desses, devidos à recursos jurídicos. Em 2006, ela foi homenageada dando seu nome à lei 11.340, assinada pelo presidente Lula. O caso deixou claro, para a sociedade, que a violência doméstica independe de classe social e nível de escolaridade. Depois da Lei Maria da Penha, o número de ligações para o número 180(Central de Atendimento à Mulher) aumentou em até 600%.

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